quinta-feira, 8 de julho de 2010

Folclore da Região Norte

Folclore é o conjunto de tradições, lendas, crenças e costumes populares. Cada Região possui costumes próprios do povo, seja na alimentação, nas danças ou nas crenças. Veja no link a descrição de todos os estados da região norte do Brasil:


> Acre: Produções culturais estão entre a população indígena local, os nordestinos migrados no ciclo da borracha, da aculturação jesuítica, dos poetas internacionais e do sul e sudoeste brasileiro e alguns híbridos religiosos.
No Acre, cuja principal atividade extrativa é a borracha, encontrarmos o seringueiro. Ele mora na floresta, próximo dos rios, e ergue sua casa sobre estacas (palafitas), para se proteger da inundação na época das enchentes. Entra na densa floresta em busca das seringueiras. Sangra a árvore, coleta a seiva e a defuma fazendo bolotas de borracha. Nota-se a influência dos portugueses no rito da Alumiação, que é celebrado no dia de Finados onde milhares de pessoas, para homenagear seus mortos, acendem velas nos túmulos e quando a noite chega, assiste-se a um espetáculo de luzes.
Fazendo parte da região Amazônica o Acre também sofre influência indígena de variadas tribos sendo algumas bem primitivas. Os índios Vapidiana e Vai-Vai vivem nos limites do Brasil com as Guianas. Constroem suas casas em locais altos devido às enchentes. São casas grandes para abrigarem grupos da tribo.
A canoa é o seu principal meio de transporte é feita em uma só peça de madeira, sendo bastante resistente. Seu artesanato é o trabalho em cerâmica e cestaria. Devido á friagem (frio que provém dos Andes), as mulheres tecem uma espécie de bata o “cushmã” que os protegem .

> Amapá: Em Mazagão Velho, de 06 a 10 de janeiro, realiza-se a Festa de São Gonçalo, com procissão, festejos, ladainha e folias; e em 16 de julho, tem lugar a Festa de São Tiago, com cavalhada, procissão e baile de máscaras. Na capital Macapá, destacam-se a Festa do Marabaixo (folclore africano), quarenta dias após a Semana Santa; o Batuque do Igarapé do Lago de 24 de junho a 02 de julho; e o Boi-bumbá, também no mês de junho.
Na alimentação destacam-se: a maniçoba, o vatapá, o caruru, o pato no tucupi, a caldeirada de tucunaré, o camarão no bafo, a farofa de pirarucu, o pirarucu, etc.
A Castanha-do-Brasil está presente nos doces, bolos, biscoitos, tortas, sorvetes, cremes, etc.
Dentre as bebidas citam-se: açaí, bacaba, tacacá, refresco de cupuaçu, de graviola, de maracujá, de taperebá, etc.
A dança típica do povo amapaense é o Marabaixo, que é dançado durante a Festa do Divino. Um mastro é levantado e as pessoas dançam em torno, ao som de caixas e tambores. Durante a festa são servidas certas iguarias típicas como: beijo-de-moça, quindim, rosquinha, beijus, mingau de banana e de farinha de tapioca, etc.
Na localidade de Igarapé do Lago, no município de Macapá, é dançado o batuque. Existem locais onde as comunidades conservam as tradições que são apresentadas nas festas religiosas.
Em Macapá a principal festa é a de São José, seguindo-se o Círio de Nazaré.
No Curiaú comemoram a Festa do Divino e São Joaquim. No Igarapé do Lago festejam o Divino e Nossa Senhora da Piedade. Em Mazagão Velho é comemorada a Festa de São Thiago. Na maioria das festividades dos santos padroeiros locais é dançado o Marabaixo, dança que caracteriza o povo amapaense.
Na quadra junina são apresentados os cordões de pássaros e do boi. São notáveis as participações das comunidades nesse entretenimento folclórico.
Os cordões consistem em representações teatrais, na maneira típica do povo. Durante o desenvolvimento da história, as personagens dialogam e cantam no linguajar local. Os cordões mais celebres são: do Papagaio, da Ema e do Boi.
No Amapá existem lendas interessantes como do Manganês, do João de Gatinha, da Pedra do Guindaste e uma enorme quantidade de fantasias, como a do Boto, importante peixe do Amazonas.

> Amazonas: Entre as festas populares, as mais importantes são a Folia de São Benedito, a Festa de São Roque (16 de agosto), a Festa do Divino (Domingo de Pentecostes), a Alumiação (02 de novembro). Cabe mencionar ainda o Boi de Reis, o Boi Bumba (variante do bumba-meu-boi do Nordeste), que se realiza durante os festejos de São João, e a Meia-lua, procissão fluvial no Rio Amazonas.
Região de folclore riquíssimo existe no Amazonas toda uma série de entidades lendárias de origem indígena, entre as quais há que destacar o Urutau, símbolo da quietude; o Maguapari, monstro das florestas; o Boto, ser encantado em peixe; o Uirapuru, pássaro encantado; o Muiraquitã, talismã de pedras verdes; a Boiúna, a quem são atribuídos os acontecimentos mais inverossímeis; o Curupira, demônio da floresta, representado por um anão de cabeleira rubra e pés ao inverso; o Mapinguari, animal fabuloso, semelhante ao homem, mas todo cabeludo; o Poronominare, herói de um ciclo de aventuras; e o Uiauara, um duende assombrador.
A culinária típica do amazonas também é bastante diversificada. Os pratos mais famosos são o Abunã ou Arabu, pirão de ovos de tartaruga, ou outro quelônio, com farinha e açúcar; a Farofa do Casco, servida com prato de tartaruga; a Maniçoba, folhas da macaxeira moídas e cozidas por 7 dias ou até ficar preto e com temperos da feijoada, servida com arroz branco; o Pacicá, quitute temperado com miúdos da tartaruga, temperados e cozidos no próprio casco; o Peito de Forno, um picado de tartaruga, temperado com limão, sal e pimenta; o Tacacá, papa de goma que se junta ao tucupi, folhas de jambú e camarão graúdo; o Tucupi é o sumo da raiz da mandioca, muito usado na culinária do Norte brasileiro em molhos.

> Pará: Os paraenses foram formados a partir da mistura do português com o índio e negros. A ilha de Marajó possui grande número de cabeças de gado bovino e búfalos. O vaqueiro marca sua presença com seu jeito simples, usa calça de cor clara e uma camisa leve artisticamente bordada. Seu chapéu é de palha, redondo e de abas largas. Devido ao sol quente ou à chuva forra o interior com folhas. Nas enchentes, quando a água ainda está pela cintura, cavalga o boi-de-sela. A mais tradicional festa religiosa de Belém-do-Pará é "Círios de Nazaré". Ela data do século XVIII, sendo realizada no segundo domingo de outubro. Conta a história que um escravo achou no rio a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Levou a imagem para casa, logo se espalhando pela região uma série de milagres. Uma capela foi erguida surgindo daí a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Todo ano, neste dia, milhares de devotos de todas as partes dirigem-se a Belém para participarem da procissão que tem início na noite de sábado. Os acompanhantes levando círios acesos oferecem um espetáculo de rara beleza. Abrindo a procissão participantes em um carro soltam fogos de artifício. Atrás vêm as crianças vestidas de anjo. Em seguida vem o carro dos milagres coletando as promessas. No fim, homens e mulheres descalços seguram uma corda isolando o carro que conduz a imagem da Santa. No domingo, ao meio-dia, a imagem é colocada de volta ao altar da Basílica.

> Rondônia: os maiores eventos relacionados ao folclore são a Flor do Maracujá em Porto Velho e e o Festival Pérola do Mamoré em Guajará-Mirim.
Nesta época do ano as cores azul e vermelho tomam conta da cidade de Guajará-Mirim, também conhecida como Pérola do Mamoré. Para onde se olha essas cores demonstram o amor dos moradores ao seu boi preferido. O "Duelo da Fronteira" começa na noite de sexta-feira e se encerra no domingo e reuniu na cidade milhares de pessoas de diversas partes do país. E este ano de 2010 contou com um lugar específico, um bumbódromo, construído pelo Governo do Estado, onde os bois-bumbás Flor do Campo (vermelho e branco) e Malhadinho (azul e branco) fizeram as suas apresentações.

> Roraima: Em Roraima, o vaqueiro é descendente de índios miscigenados com os brancos, usa chapéu de palha de palmeira, camisa e calça comuns, perneira curta de pele de veado, alpargatas de couro de veado e para o trabalho usa um laço de couro cru. Ele é forte e resistente e alimenta-se de carne cozida, mandioca e leite. Fazendo parte da região Amazônica estes dois estados (Acre e Roraima) sofrem influência indígena de variadas tribos sendo algumas bem primitivas. Os índios Vapidiana e Vai-Vai vivem nos limites do Brasil com as Guianas. Constroem suas casas em locais altos devido às enchentes. São casas grandes para abrigarem grupos da tribo.
A canoa é o seu principal meio de transporte é feita em uma só peça de madeira, sendo bastante resistente. Seu artesanato é o trabalho em cerâmica e cestaria. Devido á friagem (frio que provém dos Andes), as mulheres tecem uma espécie de bata o “cushmã” que os protegem .
Em termos de cultura folclórica Roraimense, não se pode fugir da análise dos elementos formadores básicos: Indígena, luso e Nordestino, que deram estrutura aos mitos e lendas, danças, folguedos, crenças, etc...
A cultura portuguesa e nordestina aqui introduzida pelos colonizadores desde o século XVIII, especialmente a última, teve grande influência nos costumes, no linguajar e em todas as demais manifestações culturais do povo. De modo que o folclore nordestino, com algumas variantes, naturalmente.
É válido acrescentar que, embora os nossos usos e costumes sejam o mesmo da Amazônia e semelhantes aos do Nordeste, constata-se porém a existência de certas peculiaridades que são próprias da região.
Houve época em que as gerações mais antigas de Roraima, cultivavam com cuidado as tradições folclóricas através da promoção de festas, cultos populares, saraus e folguedos infantis que além de serem meio espontâneo para a distração, serviam também para manter vivas as tradições da terra.
As festas religiosas, eram os grandes eventos da época, especialmente as novenas de N.S do Carmo e de São Sebastião e por conseqüência os arraiais: muito prestigiados por toda população. No encerramento, um verdadeiro testemunho de fé: O povo inteiro rezando fervorosas preces, acompanhavam o andor enfeitado de flores e rodeado de crianças vestidas de anjos. Os pagadores de promessas se apresentavam descalços, maltrapilhos, com potes e pedras sobre a cabeça, com velas acesas, ou trajando as vestes de um santo, geralmente São Sebastião.
Na quadra junina a pequena cidade tomava um ar festivo, se ornamentava para homenagear os santos do mês. Eram noites iluminadas por imensas fogueiras, com fogos de artifício cruzando o céu numa profusão de cores e de luz. Noites de milho verde , de canjica, pé-de-moleque, batata doce e mungunzá. Noites de adivinhações, de passar de compadre ao redor da fogueira. Noites de sanfoneiro, de dança de chote e quadrilha. Noites de boi-bumbá com vaqueiros e índios enfeitados e com suas figuras folclóricas: Catirina e Cazumbá. Noites de festas, de riso, de alegria contagiante.
Em Boa Vista são tradicionais as festas juninas com arraiais e as disputas das quadrilhas, em que os grupos, todos vestidos com roupas típicas, apresentam suas danças com coreografia retratando as festas do interior e histórias que relatam desde a conquista das damas pelo cavalheiro até o casamento, sempre mostrando o lado humorístico. Nos arraiais temos as comidas típicas como tacacá, paçoca, tapioca etc., e os jogos e brincadeiras como subir no pau de sebo e pescarias.

> Tocantins: Manifestações Culturais

Cavalhadas: Em Taguatinga, no sul do Estado do Tocantins, as Cavalhadas tiveram início em 1937. Acontecem durante a festa de Nossa Senhora da Abadia, nos dia 12 e 13 de agosto. O ritual se inicia com a benção do sacerdote aos cavalheiros; a entrega ao imperador das lanças usadas nos treinamentos para a batalha simbolizando que estes estão preparados para se apresentar em louvor a Nossa Senhora da Abadia e em honra ao imperador.

Congo ou Congadas: Na dança do congo só os homens participam, cantando músicas que lembram fatos da história de seu país. A congada é composta por doze dançarinos. O vestuário usado pelos componentes do grupo é bem colorido e cada cor tem o seu significado. Azul e branco são as cores de Nossa Senhora do Rosário. O vermelho representa a força divina. Os adornos na cabeça representam a coroa. O xale sobre os ombros representa o manto real.
Em Monte do Carmo, o congo é acompanhado por mulheres, chamadas de taieiras. Essas dançarinas usam trajes semelhantes aos usados pelas escravas que trabalhavam na corte. Trajam blusas quadriculadas em tom de azul e saias brancas rodadas, colares de várias cores e na cabeça turbante branco com uma rosa pendurada. Os dois grupos se apresentam juntos, nas ruas, durante o cortejo do rei e da rainha, na festa de Nossa Senhora do Rosário.

Festa de Nossa Senhora da Natividade: As manifestações culturais no Tocantins estão quase sempre atreladas às festas em comemoração aos santos da igreja Católica. A festa de Nossa Senhora da Natividade é uma celebração tipicamente religiosa. A devoção a Nossa Senhora e a história da sua imagem existente em Natividade, onde é festejada há quase três séculos, no dia 8 de setembro, motivaram a eleição desta como Padroeira do Tocantins. A festa à Padroeira Nossa Senhora da Natividade acontece de 30 de agosto a 8 de setembro. Durante os festejos, acontece o novenário e são montadas barracas onde se fazem leilões. É celebrada missa solene no dia dedicado à santa. As comemorações acontecem na igreja matriz de Natividade, uma das mais antigas do Estado, datada de 1759.

Festa do Divino Espírito Santo: A celebração do Divino Espírito Santo no Tocantins vai de janeiro a julho, de acordo com as características de cada localidade. Destaque para os municípios Monte do Carmo e Natividade. Em Monte do Carmo, a celebração foi aproximada à época da festa da padroeira da cidade, passando a ter data fixa para a sua realização, dia 16 de julho. Natividade mantém a tradição da data móvel.
As folias do Divino anunciam a presença do Espírito Santo. As romarias conduzem a bandeira. O giro da folia representa as andanças de Jesus Cristo e seus 12 apóstolos durante 40 dias, levando a sua luz e a sua mensagem, convidando todos para a festa, a festa da hóstia consagrada.
Os foliões que representam os apóstolos andam em grupo de 12 ou mais homens, conduzidos pelo alferes, em jornada pelo sertão. Esse grupo percorre as casas dos lavradores, abençoando as famílias e unindo-as em torno da celebração da festa que se aproxima. Saem a cavalo pelas trilhas e estradas, quando chegam às fazendas para o pouso, alinham os cavalos no terreiro e cantam a licença, pedindo ritualmente acolhida. Durante o giro os foliões recolhem donativos para a festa.

Festejos de Nossa Senhora do Rosário: A cidade de Monte do Carmo, nascida arraial do Carmo, foi fundada em 1746, em função das minas de ouro, e fica a 89 Km de Palmas. Realiza todos os anos, no mês de julho, os festejos de Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Carmo e Divino Espírito Santo. A festividade secular mistura fé e folclore, através de uma série de rituais que reúnem costumes religiosos dos brancos europeus e dos negros africanos, o que transforma a festa em uma atração única, mantida com fidelidade pela população local.
Há informações de que essas manifestações, ainda hoje realizadas em datas específicas, com o passar do tempo foram se juntando e passando a ser comemoradas no período de 7 a 18 de julho. Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade, celebrada em 16 de julho, trouxe para sua festa as comemorações ao Divino Espírito Santo e Senhora do Rosário. Acredita-se que isso aconteceu devido às dificuldades da população do sertão em ir às festas em datas diversas e da falta de padres para as celebrações. É possível afirmar que essa junção tenha acontecido há pelo menos 80 anos.
CAÇADA
Monte do Carmo possui uma forte influência das culturas portuguesa e africana. Na cidade pode-se vivenciar, a cada ano, sons de bandas de músicas, de tambores, reco-recos, cuícas e tamborins e danças como congos, taieiras e sússia. Um dos pontos altos da festa é a caçada da rainha. Em pleno dia, o cortejo é aberto por tocadores de tambor que vão ditando os passos do público no ritmo da sússia. No meio do povo, os caretas – homens mascarados – divertem os adultos e aterrorizam as crianças. Somente depois surgem os “caçadores” e “caçadeiras”, montados em cerca de 40 cavalos e vestidos especialmente para este momento – mulheres de vestidos longos, em várias tonalidades, homens de preto e branco.
No final do cortejo, o rei e a rainha da festa, também vestidos a caráter, se dirigem para uma área periférica de Monte do Carmo. Ali, quase duas mil pessoas permanecem por mais de duas horas cantando e dançando. A caçada é uma tradição secular. Conta a lenda que esta manifestação surgiu quando a imagem de Nossa Senhora do Rosário começou a desaparecer da igreja misteriosamente, sendo encontrada em seguida na Serra do Carmo. Na terceira vez, os negros foram buscá-la tocando tambores, cantando e dançando, o que encerrou a série de desaparecimentos.

Folia de Reis: A Folia de Reis comemora o nascimento de Jesus Cristo encenando a visita dos três Reis Magos à gruta de Belém para adorar o Menino-Deus. Dados a respeito desta festa afirmam que a sua origem é portuguesa e tinha um caráter de diversão, era a comemoração do nascimento de Cristo.
No Brasil, a Folia de Reis chega no século XVIII, com caráter mais religioso do que de diversão. No Tocantins, os foliões têm o alferes como responsável pela condução da bandeira, que sai pelo sertão "tirando a folia", ou seja, cantando e colhendo donativos para a reza de Santos Reis, realizada sempre no dia 6 de janeiro.
A Folia de Reis acontece em função de pagamento de promessa pelos devotos e somente à noite. O compromisso pode ser para realizar a folia apenas uma vez ou todos os anos. A folia visita as famílias de amigos e parentes. Os foliões chegam à localidade e se apresentam tocando, cantando e dançando. A família recebe a bandeira, o anfitrião percorre com ela toda a casa, guardando-a em seguida, enquanto aos foliões são servidos bolos, biscoitos e bebidas que os mantêm nas suas andanças pela noite.
Ao se retirarem, o proprietário da casa devolve a bandeira e os foliões agradecem a acolhida, repetindo o gesto da entrada. Quando o dia amanhece, os foliões retornam às suas casas para descansar e, ao anoitecer, retomam as andanças. Quando termina o roteiro da folia, realiza-se a festa de encerramento na residência da pessoa que fez a promessa. Neste momento reza-se o terço, com a presença dos foliões e dos convidados, em frente ao altar ornamentado com flores, toalhas bordadas e a bandeira dos Santos Reis. Em seguida, é servido um jantar com uma mesa especial para os foliões.
A tradição é muito forte. Os mais velhos acreditam serem os Santos Reis os protetores contra a peste, a praga na lavoura e, principalmente, os responsáveis pela prosperidade, pela fartura e por muito dinheiro.

Os Caretas: Os caretas são homens que usam máscaras confeccionadas em couro, papel ou cabaça, com o objetivo de provocar medo nas pessoas. No município de Lizarda, participam da festa que acontece, tradicionalmente, durante a Semana Santa, na Sexta-Feira da Paixão.
Monta-se um cenário, um semicírculo com pés de bananeira, chamado pelos caretas de quinta atrativa, onde se coloca pedaços de cana de açúcar. Num verdadeiro espetáculo teatral, os caretas perseguem com pinholas- uma espécie de chicote feito de sola ou trançados de palha de buriti- as pessoas que tentam invadir a quinta para roubar a cana. A proteção da cana pode ter relação com a crença da população de que no calvário de Jesus Cristo ele foi açoitado com pedaços de cana. Na encenação, os caretas tentam impedir esse sofrimento.
Faz parte dos caretas personagens como a catita (homem trajando roupas femininas, a mulher dos caretas que fica se oferecendo para os homens que estão assistindo a encenação, servindo como distração) e a égua (personagem que assusta os espectadores, feita da caveira de um animal, onde se prende a sua cabeça a um pau e amarra uma corda de maneira que puxando, se abre e fecha a boca ). A encenação continua até a madrugada de Sábado da Aleluia.

Roda de São Gonçalo: São Gonçalo tem, para os seus devotos, a tradição de santo casamenteiro. Inicialmente, a dança tinha um caráter erótico, que com o tempo foi desaparecendo, permanecendo apenas o aspecto religioso.
Em Arraias, no sul do Estado, a dança de São Gonçalo é chamada de roda, e sempre é dançada em pagamento a uma promessa por mulheres em pares, vestidas de branco, com fitas vermelhas colocadas do ombro direito até a cintura. Nas mãos carregam arcos de madeira, enfeitados com flores de papel e iluminados com pavios feitos de cera de abelha. Também participam do ritual dois homens vestidos de branco com fitas vermelhas traspassadas. Os homens tocam viola e tem a função de acompanhar as dançarinas para que estas não se percam nas evoluções da dança.
Os violeiros entoam versos em louvor a São Gonçalo, que fica colocado num altar preparado exclusivamente para a festa, em frente ao qual se faz as evoluções da roda. Acompanha, ainda, a roda de São Gonçalo, um cruzeiro todo iluminado, colocado próximo ao altar.

Romaria do Bonfim: No Tocantins, as romarias do Nosso Senhor do Bonfim acontecem nos municípios de Natividade, no sudeste do Estado, e Araguacema, a sudoeste.
Em Natividade, a romaria do Senhor do Bonfim é realizada de 6 a 17 de agosto, no povoado do Bonfim situado a 22 Km da sede do município, onde vivem pouco mais de 100 pessoas. Esse pequeno povoado recebe mais de 50 mil fiéis, vindos de várias regiões do Estado e do país. Os moradores da região afirmam que um vaqueiro teria encontrado nessa área, em local pantanoso, a imagem do Senhor do Bonfim em cima de um toco de madeira. Essa imagem teria sido retirada várias vezes desse local e levada para Natividade, mas desaparecia e reaparecia no mesmo lugar onde foi encontrada. A crença nesses acontecimentos deu início à peregrinação para essa localidade.
O ponto alto das comemorações do Bonfim, em Natividade, acontece no dia 15, com a celebração da missa campal, em louvor ao Senhor do Bonfim. No dia 16 em homenagem a Nossa Senhora da Conceição e no dia 17 ocorre a missa dos romeiros. Vários pagadores de promessa atravessam a pé os 22 Km de Natividade ao Bonfim para depositar as suas oferendas aos pés da imagem do santo.
Araguacema
A romaria do Senhor do Bonfim acontece no povoado do Bonfim, distante 40 Km de Araguacema. Atualmente para lá se deslocam cerca de dez mil pessoas. O festejo inicia-se com o novenário e termina com a celebração da missa campal, em homenagem ao Nosso Senhor do Bonfim, no dia 15 de agosto.
As homenagens ao Senhor do Bonfim, no município, têm início em 1932, quando para lá chegou, vinda do Maranhão, a família do senhor Arcanjo Francisco Almeida com uma imagem do Bonfim. Seu filho, Natalino Francisco de Almeida, é o atual responsável pela manutenção do templo e pela guarda da imagem que pertence à família desde o século XIX.
Um dia, após longa caminhada, seu tataravô encontrou na mata uma vertente de água onde havia um oratório feito em pedra. Nele estava depositada uma imagem. Ele levou essa imagem consigo e após o término da Balaiada retornou à sua cidade de origem onde pediu ao padre para “batizá-la”. O padre batizou-a de Jesus do Bonfim e definiu o seu festejo para 15 de agosto. Desde então, a família faz a festa em sua devoção.

Sússia e Jiquitaia: Também conhecida como súcia ou suça, a sússia é dançada no folclore de cidades como Paranã, Santa Rosa do Tocantins, Monte do Carmo, Natividade, Conceição do Tocantins, Peixe, Tocantinópolis. A dança, provavelmente de origem escravagista, é caracterizada por músicas agitadas ao som de tambores e cuícas. Uma espécie de bailado em que homens e mulheres dançam em círculos.
A sússia na Folia do Divino em Monte do Carmo é dançada ao som da viola, do pandeiro e da caixa. Também é dançada ao som do tambor em outras manifestações populares, como em Natividade.
A Jiquitaia é um passo da dança da Sússia. Dança-se a jiquitaia na Sússia.
CATIRA
A Catira é dançada em círculo formando pares que dançam ao som das mãos e dos pés, num sapateado compassado. É comum entre os grupos que fazem parte dos giros das folias de reis e do Divino Espírito Santo. Os Catireiros são músicos repentistas que cantam seus poemas ao som do pandeiro, da caixa e da viola.

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